terça-feira, 4 de setembro de 2012

Proposta de Análise Vocacional


Imagem do google
Quero detalhar um pouco mais, a forma que conduzo o trabalho de Análise Vocacional em meu consultório. Alguns pais ou jovens ligam pedindo que eu faça um teste vocacional e lhes diga qual a profissão seguir. Algumas escolas acreditam que somente trazendo profissionais para dar informações sobre as profissões e para contarem suas experiências de escolha é o suficiente para que eles optem por alguma profissão. A informação é necessária nesse processo, mas não podemos utilizar somente esta ferramenta.  Devemos ter cuidado para que, em vez de ajudar, acabar confundindo ainda mais. Decidi então convidá-los para um encontro e explico como é o trabalho.
O primeiro ponto que acredito ser importante pensarmos – no que for possível para ele no momento - quem é o sujeito que me procura e sua história de vida.
Pensar sobre esse momento da passagem da escola secundária para a universitária, da vida infantil para a adulta. Começar a construir seu projeto de futuro profissional. Desmistificar preconceitos em relação a algumas profissões, que muitas vezes o impossibilita de seguir o caminho de seu desejo. Debater sobre seus medos e fantasias acerca do futuro.
Falar sobre a importância da satisfação pessoal e realização financeira, se estas podem ou não andar juntas. Pensar que outras formas de profissionalização são possíveis além de um curso universitário, abrindo possibilidades aos cursos técnicos, não limitando suas opções as carreiras que são socialmente aceitas como Medicina, Engenharia e Direito.
Refletir sobre a incondicional importância do autoconhecimento, sobre aspectos de sua personalidade e entrar em contato com interesses e habilidades que possui, fazendo uma relação com algumas profissões.
Debater sobre o ato da escolha e suas implicações, do que abrir mão. Esse ponto, para o jovem, é difícil, pois várias perdas ocorrem na adolescência (corpo infantil, pais idealizados na infância). Fazê-lo perceber de que algumas opções não se perdem, apenas “guarda-se” para algum outro tempo ou canaliza-se para uma possibilidade dentro de um hobby.
Enfim, é uma série de questões ricas, profundas e de extrema importância, que poderíamos levar muitos encontros debatendo sem nos preocuparmos com testes ou laudos que acabam direcionando a vida do jovem. E por tudo isso, que o que nós profissionais da área podemos fazer é ajudá-los a pensar, a decidir suas próprias vidas.

2 comentários:

  1. Texto bastante pertinente que nos faz refletir como é que o jovem muitas vezes se sente pressionado num momento de tanta indecisão em sua vida. Hoje mesmo falava com uma pessoa sobre o como é difícil escolher e saber se estamos no caminho "certo". Existe caminho "certo"? Todos queremos respostas, soluções, alguém que nos diga o que fazer, como fazer, mas não há certezas, não há caminhos fáceis. Parabéns Ana Cristina, gostei muito do seu trabalho de análise vocacional.

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    1. Caro amigo ou amiga fico feliz em saber que o texto ajudou em sua reflexão mas gostaria que você tivesse assinado para podermos trocarmos maiores impressões.
      De qualquer forma muito obrigada!

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