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Quero detalhar um pouco
mais, a forma que conduzo o trabalho de Análise Vocacional em meu consultório.
Alguns pais ou jovens ligam pedindo que eu faça um teste vocacional e lhes diga
qual a profissão seguir. Algumas escolas acreditam que somente trazendo profissionais
para dar informações sobre as profissões e para contarem suas experiências de
escolha é o suficiente para que eles optem por alguma profissão. A informação é
necessária nesse processo, mas não podemos utilizar somente esta ferramenta. Devemos ter cuidado para que, em vez de ajudar,
acabar confundindo ainda mais. Decidi então convidá-los para um encontro e
explico como é o trabalho.
O primeiro ponto que
acredito ser importante pensarmos – no que for possível para ele no momento - quem
é o sujeito que me procura e sua história de vida.
Pensar sobre esse momento
da passagem da escola secundária para a universitária, da vida infantil para a
adulta. Começar a construir seu projeto de futuro profissional. Desmistificar
preconceitos em relação a algumas profissões, que muitas vezes o impossibilita
de seguir o caminho de seu desejo. Debater sobre seus medos e fantasias acerca
do futuro.
Falar sobre a importância
da satisfação pessoal e realização financeira, se estas podem ou não andar
juntas. Pensar que outras formas de profissionalização são possíveis além de um
curso universitário, abrindo possibilidades aos cursos técnicos, não limitando
suas opções as carreiras que são socialmente aceitas como Medicina, Engenharia e
Direito.
Refletir sobre a incondicional
importância do autoconhecimento, sobre aspectos de sua personalidade e entrar
em contato com interesses e habilidades que possui, fazendo uma relação com
algumas profissões.
Debater sobre o ato da
escolha e suas implicações, do que abrir mão. Esse ponto, para o jovem, é difícil,
pois várias perdas ocorrem na adolescência (corpo infantil, pais idealizados na
infância). Fazê-lo perceber de que algumas opções não se perdem, apenas “guarda-se”
para algum outro tempo ou canaliza-se para uma possibilidade dentro de um
hobby.
Enfim, é uma série de
questões ricas, profundas e de extrema importância, que poderíamos levar muitos
encontros debatendo sem nos preocuparmos com testes ou laudos
que acabam direcionando a vida do jovem. E por tudo isso, que o que nós
profissionais da área podemos fazer é ajudá-los a pensar, a decidir suas
próprias vidas.
Texto bastante pertinente que nos faz refletir como é que o jovem muitas vezes se sente pressionado num momento de tanta indecisão em sua vida. Hoje mesmo falava com uma pessoa sobre o como é difícil escolher e saber se estamos no caminho "certo". Existe caminho "certo"? Todos queremos respostas, soluções, alguém que nos diga o que fazer, como fazer, mas não há certezas, não há caminhos fáceis. Parabéns Ana Cristina, gostei muito do seu trabalho de análise vocacional.
ResponderExcluirCaro amigo ou amiga fico feliz em saber que o texto ajudou em sua reflexão mas gostaria que você tivesse assinado para podermos trocarmos maiores impressões.
ExcluirDe qualquer forma muito obrigada!