segunda-feira, 27 de maio de 2013

Dia Do Profissional de Letras

Imagem retirada de http://www.olacocorderosa.com

No dia 21 de Maio foi o aniversário do profissional de Letras e como prometido, trago hoje o depoimento de Fabíola Xavier.
Chama atenção os desafios que eles enfrentam por não estar no rol dos cursos mais procurados ou os “bem vistos” ou os “melhores”.
Achei interessante sua colocação em que um curso que inicialmente parece de acesso fácil acaba “eliminando”, por exigir do aluno intensa dedicação e comprometimento com trabalhos, leituras, etc.
Descreve o que o curso oferece de apaixonante aos apaixonados pela arte, cultura e literatura. Destaca a possibilidade do “não aprender” e sim, “refletir” as gramáticas e linguagens.
"O primeiro desafio para um profissional de Letras é a própria família. Por que fazer um curso com um candidato/vaga tão baixo se você pode passar em um curso “melhor”. Meu pai, ao invés de dar os parabéns, ficou pensando no que falaria para a família “bem, você está fazendo o que gosta pelo menos”. Apesar dessas questões, fiz Letras Português/Inglês porque quis, porque descobri, ainda quando me preparava para o vestibular, que esse curso unia tudo que sempre gostei na escola: literatura, linguagem, criatividade, um pouco de historia e muiiiiita coisa interessante pra ler e escrever.
O que eu realmente não esperava e que eu fosse gostar de TUDO. Digo “tudo” porque dentro de Letras se estudam coisas muito diversas, até opostas, como literaturas diversas (inglesa, portuguesa, americana, brasileira, além das teorias literárias), um pouco de Latim e Grego, e, pro incrível que pareça, a gente não aprende gramática: refletimos as gramáticas, refletimos sobre a língua que falamos e a sociedade que vivemos. No entanto, nem todos gostam de tudo como eu (sempre há uma rusga entre linguística e literatura), mas, em cada desafio, sentimos o um preenchimento tamanho depois da tarefa cumprida, e podemos nos exibir com nossos conhecimentos fonéticos, morfológicos, históricos, sintáticos e, também, literários. Daí, aqueles que entraram em letras pelo candidato/vaga baixo são eliminados naturalmente pela quantidade de trabalhos, livros pra ler, de apresentações, regras da ABNT.
Apesar de ser um curso voltado para professores, muitos colegas trabalham com tradução (poucos), secretariado bilíngue ou, simplesmente, desistiram da área por não se satisfazer com o salario não muito alto. A questão verdadeira é essa: comparado com outras profissões talvez você nunca ganhe equiparadamente, mesmo estudando muito mais. Comparado com outras áreas, você terá de disputar a tapa pouquíssimas boas vagas (isso com mestrado e pensando em doutorado).
Logo se vê o amor inerente a cultura, arte, bem-estar e aprendizado que está vinculado aos que se entregam a essa profissão: somos apaixonados por linguagem, movidos por análises dos discursos e viciados em interação humana. Nossas memórias afetivas se dividem entre os bons momentos com os colegas e os ótimos livros que mudaram nossa visão de mundo, dentre estruturas e provas impossíveis. Ademais, num bom curso de letras, você aprende bem a analisar a linguagem alheia de forma bastante eficaz! (então cuidado, namoros nunca mais serão os mesmos!)"

Fabíola Xavier Garcia Silva
Cursei Letras Português/ Inglês na UFRJ
Trabalho na rede municipal do Rio de Janeiro como professora de inglês e ministro aulas particulares.


domingo, 19 de maio de 2013

Dia do Assistente Social

Dia 15 de maio foi o dia do Assistente Social e mais uma vez posto depoimento de uma apaixonada pela profissão, apesar de todas as dificuldades. Acho interessante em sua colocação que com o tempo aprendeu a gostar e a entender aquilo que faz. Como também esclarece o papel do assistente que está sempre sujeito a interpretações enganosas e muitas vezes preconceituosas sobre suas atividades. 
Acredito que na maioria dos casos esse estado idílico surge de forma gradativa, mas algumas pessoas criam uma expectativa de se apaixonar a primeira vista e desistem acreditando que fizeram a opção errada. Nesse momento é preciso cautela e em alguns casos buscar ajuda para esclarecer essas questões.
A partir desse mês estarei publicando no dia do aniversário de cada profissão, depoimento de pessoas falando sobre sua relação com sua carreira.


"E hoje é o meu dia! Dia do Assistente Social! Porque é a comemoração da profissão que eu escolhi pra minha vida! Não foi aquela escolha que fazemos quando criança (até porque acho que nenhuma criança responderia isso para aquela velha pergunta: "O que você quer ser quando crescer?!"), claro que não. Mas foi a profissão que eu aprendi a escolher pra mim.
No começo da faculdade eu me pegava perguntado "que diabos eu estou fazendo aqui?!” e “me sentia muito perdida quando me perguntavam: “o que faz uma Assistente Social?!”... mas o tempo foi passando, e eu comecei a ver que tudo aquilo fazia sentido. Mais que isso, tudo aquilo ali era o sentido do qual as pessoas não conheciam, principalmente aquelas que mais necessitam de seus direitos garantidos...
E a cada situação vivenciada, a cada barreira derrubada ia crescendo um orgulho maior de dizer, sim eu sou Assistente Social!
E começaram a vir às respostas: "Não eu não entrego apenas cesta básica" "não, eu não informo óbito" "não, eu não dou Bolsa Família" "E NÃO, eu não roubo criancinhas na maternidade" (entendeu Glória Perez?!)...
Ah, mas como seria fácil se nossos problemas fossem apenas "a visão errada do que é a profissão". Vai muito além disso. Passa pelas condições de trabalho, pela realidade vivenciada, pela desvalorização salarial, pelo desgaste físico, psicológico e emocional... vemos cara a cara muito além do que o Jornal Nacional e o Fantástico mostram como matérias chocantes! E como é difícil separar o profissional do pessoal... coloco minha mão no fogo como pelo menos uma vez, todas as Assistentes Sociais que conheço já voltaram pra casa pensando em alguma família que foi atendida naquele dia...
Mas não pense você que é só tristeza, acredito que o "sofrimento" é proporcional a gratificação! Como é bom ver as mudanças possíveis em famílias apenas com a garantia de seus direitos básicos, ver que através do seu trabalho a realidade está mudando, e que você fez e faz a diferença onde você está!
E a luta?! Continua dia-a-dia!" 

Bruna Gomes Chung Nin – Assistente Social - Formada pela Universidade Federal Fluminense e trabalha na Prefeitura de Nova Iguaçu