Vestibular, que momento é esse na vida do jovem? E sua família?
Mudanças ocorrem para todos e várias acontecem nessa ocasião. A
principal e talvez a mais importante seja a escolha da profissão, pois ela
determinará o futuro, a satisfação pessoal e o papel na sociedade e na família.
Escolher uma profissão torna-se, na maioria dos casos, um
problema. Na atualidade os jovens apresentam maiores dificuldades no momento
dessa escolha em virtude de vários fatores.
A primeira delas aparece em função da diversidade de profissões e a variedade
das carreiras ofertadas que abre um leque de opções onde a Análise Vocacional e
o Planejamento da Carreira Profissional são fundamentais para relacionar a
escolha da profissão. Outro aspecto que também interfere é a divisão,
surpreendente, ainda vigente entre as carreiras socialmente aceitas (Direito,
Engenharia e Medicina) frente às outras menos reconhecidas.
Isto porque pesa muito no
momento da escolha a relação entre opção e o status e estabilidade financeira.
E o desejo? E a realização pessoal? Como reunir essas opções?
O imediatismo característico dos jovens da atualidade muitas vezes dificulta a
escolha. Jovens que querem resolver com pressa suas opções, sem pensar em si
mesmo, fruto da geração “delivery” plugados na tecnologia dos ipods, jogos
eletrônicos com seus respectivos controles remotos estão acostumados a obterem
informações com rapidez e facilidade. Tanta facilidade que confundem informação
com conhecimento e, por vezes, não se aprofunda nas aberturas de tantos
“hiperlinks”. Lidam de maneira superficial com questões maduras evitando
dificuldades. Há quem “os denomine de geração analgésica”. Esquivar-se de
obstáculos é frequente e merece atenção e acompanhamento no momento da escolha profissional.
A falta é necessária e
fundamental e pode parecer que fazendo a escolha certa nada se perde. Para a
escolha de uma profissão é necessário perder. Quando se escolhe uma abre-se mão
de tantas outras opções.
Por fim é importante a
atitude da família que também faz parte desse momento de escolha.
Será somente o jovem que faz o vestibular? Parece que não! A
família participa, discute, opina, todos sabem, todos criticam, todos decidem
por ele. Alguém o escuta?
Nesse momento os pais revivem suas próprias escolhas. Entram em contato com
suas realizações ou frustrações profissionais, delegando ao jovem, muitas vezes
sem perceberem, a incumbência de realizar seus sonhos perdidos.
Em virtude de atender a uma
expectativa social, os pais sentem-se avaliados e com a responsabilidade do
sucesso ou fracasso de seu filho. Esquecendo-se de que o sistema de avaliação
educacional é deficiente. Não há vagas para todos!
É nesse contexto que se
situa o jovem, além de todas essas interferências está definindo-se
fisicamente, emocionalmente e ideologicamente. Mas em meio a toda essa
turbulência, que ele tenha o direito e a oportunidade de fazer a escolha que
lhe é possível no momento.