domingo, 4 de novembro de 2012

Sonhos - O que Você Quer Ser Quando Crescer?

Comentário sobre o vídeo de Deivison Pedroza
Outro dia, uma amiga compartilhou em seu facebook o vídeo do Deivison Pedroza e resolvi postá-lo no meu blog. Muito bom! Aproveito para trocar algumas impressões.
Chamou-me a atenção o fato de ele dizer que quando criança tudo o que se deseja parece simples, mesmo aquilo que se ache impossível. Ao crescer, esses podem tornar-se realidade ou permanecerem como sonho. Tudo depende da resposta a uma pergunta: “O que eu quero ser quando crescer?”.
Concordo com ele que essa indagação é o ponto de partida para construção do futuro e ressalto sobre a importância desse momento, da forma que deve ser realizada, da necessidade de começar a alinhavar um projeto de vida.  Pensar como querer ser no futuro mesmo que essa “costura” sejam com linhas tênues.
Ele destaca a necessidade de fazer o que se gosta e não apenas aquilo que traz retorno financeiro, de fazer com amor e ser o melhor naquilo que se faz. A remuneração será consequência de seus esforços, não de uma forma mágica e sim do começando do zero, fazendo de tudo, experimentando o novo, permitindo erros.
Achei interessante quando ele fala que a concretização de seus desejos é uma busca diária. Realmente, a busca daquilo que se deseja não é fácil. Apostar no desejo e sustentá-lo é uma tarefa árdua. Algumas pessoas imaginam que quando se faz o que gosta, vai viver num mundo sem sofrimento e esforços. A sustentação é no dia-a-dia e que muitas vezes leva o sujeito a pensar que fez escolhas erradas.  
E no final ele diz “quando tudo parecer difícil volte a ser criança e responda: O que quero ser quando crescer?”. Penso que o recomeço é o que torna tudo possível e nós somos responsáveis pelo nosso destino.
Vamos ao vídeo!
“Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira, mas já tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.”
Monteiro Lobato

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sobre o Evento "A Família e o Vestibular"


No dia 21 de setembro foi realizado o evento “A Família e o Vestibular”, que aproveito para deixar registradas a importância e satisfação de ter proporcionado esse momento.
As discussões levantadas geraram boas reflexões. O grupo, bastante heterogêneo, cada um com sua experiência, todos como sujeito revivendo suas experiências pessoais e profissionais.
No decorrer do encontro apresentei recortes do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, que relata a história de um professor de poesia em uma escola preparatória para jovens na qual predominam valores conservadores, e onde os inspiram a buscar suas paixões.
A estabilidade financeira e o desejo dos pais foram questões que predominaram no debate e que atravessam com constância o momento da escolha profissional e muito bem abordado no filme. A busca e preocupação com a estabilidade, bastante pertinente, surgiram como discussão principal, deixando claro, a dificuldade de conciliar o desejo com o dinheiro.
A preocupação da família com o futuro do jovem faz com que decidam por ele, dificultando sua autonomia. Também foi relatado que ao mesmo tempo surge muita ansiedade na intenção de ajudar e apesar disso é possível perceber aonde chegar, exigindo de cada um constante reflexão. E para finalizar concluíram que como não existem fórmulas e manuais, o importante é acompanhá-los e constantemente rever suas intervenções.


Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências." Jean Paul Sartre

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ITA e a Humanização de Estudantes


Tive grata surpresa quando num outro dia lendo o jornal O Globo encontrei a reportagem, onde o reitor do ITA, Instituto Tecnológico da Aeronáutica, Carlos Américo Pacheco fala da reestruturação dos cursos de graduação para o próximo ano. A tentativa é de aliar o aprendizado técnico com habilidades sociais. Parabenizo a iniciativa e acredito que outras universidades, cursos, institutos deveriam seguir esse exemplo.
Antes de compartilhar essa entrevista quero acrescentar a passagem do livro “Desenvolvimento Interpessoal”, da Fela Moscovici que ilustra bem essa reportagem.
“A competência técnica para cada profissional não é posta em dúvida, claramente todos reconhecem que o profissional precisa ser competente em sua área específica de atividade. A competência interpessoal, porém, só é reconhecida para algumas categorias profissionais notórias, tais como assistência social, psicoterapia, magistério, vendas...
Em cada profissão, na verdade, os dois tipos de competência são necessários, embora em proporções diferentes”.
Vamos à reportagem!
Retirada na íntegra do site:

ITA vai mudar cursos de graduação para ‘humanizar’ estudantes
Reitor da universidade diz que ideia é aliar técnica com habilidades sociais.
Mudanças devem começar no segundo semestre de 2013.
Carolina TeodoraDo G1 Vale do Paraíba e Região
Reitor Carlos Américo Pacheco quer mudar cursos
no próximo ano (Foto: Carolina Teodora/G1)












Uma das melhores e mais tradicionais universidades do país, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), irá reestruturar os cursos de graduação no próximo ano para tentar “humanizar” seus alunos.
O objetivo da reformulação, segundo o reitor, Carlos Américo Pacheco, é aliar o aprendizado técnico com habilidades sociais para aumentar a capacidade dos 
alunos de trabalhar em grupo e lidar com desafios. Para isso, serão ministrados cursos extracurriculares. A grade também deverá sofrer alterações. Uma comissão formada por 18 especialistas de dentro e fora da instituição, como do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), estuda como implantar as mudanças.
Segundo Pacheco, a proposta de alterar o aprendizado da universidade tem gerado polêmica entre os educadores e professores do instituto. Mas a mudança deve começar já no segundo semestre de 2013.
“Queremos dar outras dimensões para os currículos para ir além da base técnica. Nossos alunos são muito bons em ‘hard skills’, como chamamos no meio acadêmico. Mas acho que faltam os ‘soft skills’ (competências pessoais). Trabalhamos pouco isso hoje”, diz Pacheco. Segundo ele, as mudanças não vão diminuir a qualidade dos cursos.
São duas as principais propostas em estudo para viabilizar a mudança: a criação de um Centro de Inovação, um laboratório que visa aproximar os alunos à dinâmica das principais empresas do país, e a implantação de cursos mais abrangentes, como engenharia de sistemas.
A mudança dará fim a uma tradição de 62 anos da instituição, considerada o berço da elite da engenharia brasileira, com seis cursos consolidados – aeronáutica, aeroespacial, computação, civil aeronáutica, mecânica aeronáutica e eletrônica.
'Outro patamar'
Dono do grupo Poliedro, o engenheiro aeronáutico Nicolau Arbex Sarkis, formado no ITA na turma de 1992, elogia a mudança proposta. "O engenheiro precisa ter uma formação ampla. Além dos números, é preciso sensibilidade para administrar pessoas", diz.
"A capacidade de trabalhar em grupo, de liderança e de relacionamento são os aspectos mais importantes da vida profissional. E justamente estes aspectos são, há tempos, os mais criticados nos engenheiros formados no ITA. O novo projeto vai proporcionar uma bem-vinda mudança no perfil do profissional e elevar os engenheiros formados pelo ITA a outro patamar", afirma.
Segundo Sarkis, "aliar a formação técnica já existente no ITA com a formação humana é o que todo profissional deseja e toda empresa necessita".
Concorrência acirrada
O vestibular do ITA atraiu no ano passado 9.337 candidatos interessados nas 120 vagas abertas dos cursos de graduação (uma concorrência de mais de 77 pessoas por vaga). A meta é dobrar para 240 as vagas abertas nos cursos a partir de 2014.
O ITA irá assinar em agosto um convênio de R$ 300 milhões com o Ministério da Educaçãopara ampliar as instalações da universidade. As obras devem começar em outubro e serão executadas ao longo de quatro anos.
O projeto prevê a construção de um novo alojamento para os estudantes, novas bibliotecas, laboratórios e salas de aula. Fundado em 1950, o ITA é a única universidade do Brasil em que os formandos obtiveram o conceito ‘A’ em todos os cursos e em todas as edições do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), o antigo Provão.




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Proposta de Análise Vocacional


Imagem do google
Quero detalhar um pouco mais, a forma que conduzo o trabalho de Análise Vocacional em meu consultório. Alguns pais ou jovens ligam pedindo que eu faça um teste vocacional e lhes diga qual a profissão seguir. Algumas escolas acreditam que somente trazendo profissionais para dar informações sobre as profissões e para contarem suas experiências de escolha é o suficiente para que eles optem por alguma profissão. A informação é necessária nesse processo, mas não podemos utilizar somente esta ferramenta.  Devemos ter cuidado para que, em vez de ajudar, acabar confundindo ainda mais. Decidi então convidá-los para um encontro e explico como é o trabalho.
O primeiro ponto que acredito ser importante pensarmos – no que for possível para ele no momento - quem é o sujeito que me procura e sua história de vida.
Pensar sobre esse momento da passagem da escola secundária para a universitária, da vida infantil para a adulta. Começar a construir seu projeto de futuro profissional. Desmistificar preconceitos em relação a algumas profissões, que muitas vezes o impossibilita de seguir o caminho de seu desejo. Debater sobre seus medos e fantasias acerca do futuro.
Falar sobre a importância da satisfação pessoal e realização financeira, se estas podem ou não andar juntas. Pensar que outras formas de profissionalização são possíveis além de um curso universitário, abrindo possibilidades aos cursos técnicos, não limitando suas opções as carreiras que são socialmente aceitas como Medicina, Engenharia e Direito.
Refletir sobre a incondicional importância do autoconhecimento, sobre aspectos de sua personalidade e entrar em contato com interesses e habilidades que possui, fazendo uma relação com algumas profissões.
Debater sobre o ato da escolha e suas implicações, do que abrir mão. Esse ponto, para o jovem, é difícil, pois várias perdas ocorrem na adolescência (corpo infantil, pais idealizados na infância). Fazê-lo perceber de que algumas opções não se perdem, apenas “guarda-se” para algum outro tempo ou canaliza-se para uma possibilidade dentro de um hobby.
Enfim, é uma série de questões ricas, profundas e de extrema importância, que poderíamos levar muitos encontros debatendo sem nos preocuparmos com testes ou laudos que acabam direcionando a vida do jovem. E por tudo isso, que o que nós profissionais da área podemos fazer é ajudá-los a pensar, a decidir suas próprias vidas.

domingo, 19 de agosto de 2012

A diferença entre a Graduação Tecnológica e a Graduação Tradicional

Esta semana postei um vídeo da Elisângela Dias, Gestora de Recursos Humanos, onde ela relata sua experiência profissional, levando-nos a refletir sobre as diferenças entre os cursos Tecnológico e Bacharelado.
Vamos ao vídeo!

domingo, 12 de agosto de 2012

Profissões em alta


“É preciso procurar algo que una trabalho e prazer.”
Ivo Pitanguy, médico

            Vou apresentar a vocês trecho de um livro Guia Megazine de Profissões de Valquíria Daher – Ediouro. Ela fala das profissões que estão em alta no mercado, pois acredito ser importante essa informação, mas penso que o jovem tem que ter cuidado para não ser o único critério de sua escolha. Alguns optam apenas visando “o mercado” ou que “dê muito dinheiro”. E muitas vezes o que agora está em alta, daqui a 10 anos, poderá não estar. Vamos ao texto!

Profissões em alta
Não há como – ao menos comprovadamente – prever o futuro. E, muitas vezes, projeções para os próximos cinco ou dez anos podem soar absurdas exatamente daqui a cinco ou dez anos. Mas empresas da área de recursos humanos costumam acertar quando apostam no crescimento do mercado de trabalho de determinadas áreas. E não é à toa: esses consultores não praticam futurologia, mas baseiam suas previsões na evolução da economia e, principalmente nas demandas das empresas, que sempre dão sinais sobre as áreas em que surgirão mais oportunidades nos próximos anos. ...os setores mais comumente apontados como promissores, num futuro próximo, vão da estética ao petróleo e abrangem diversas profissões.

Agronegócios: ...médicos veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas, entre muitas outras carreiras. Como a exportação de produtos agropecuários é crescente, quem trabalhar com comércio exterior nessa área também pode encontrar oportunidades.

Preparação física: o culto ao corpo e a busca de uma vida saudável já são processos irreversíveis para a parcela mais abastada da população. Por isso quem quer trabalhar em academias, dando aulas coletivas ou como personal trainer, não encontrará dificuldades para entrar no mercado. O trabalho com idosos e com pessoas que buscam formas alternativas de exercícios – como pilates – deve se expandir. ...profissionais de educação física, mas também fisioterapeutas.

Meio ambiente: As indústrias continuarão sendo pressionadas a ter mais cuidado com o meio em que vivemos, beneficiando, entre outras profissões, diversas engenharias, como a ambiental, a florestal e a química. Biólogos, oceanógrafos, entre outros, também encontrarão oportunidades.
Petróleo e gás: Essa tendência continua e ainda há demanda por mão-de-obra especializada, tanto que a própria Petrobrás costuma investir na formação de seus contratados. Engenheiros químicos, de petróleo e mecânicos estão entre os beneficiados, assim como os geólogos.

Informática e tecnologia: em alta há muitos anos, o setor de informática permanecerá aquecido no futuro. Quem seguir carreiras como engenharia da computação, sistemas de informação, tecnologia da informação e ciência da computação tem boas chances de entrar no mercado.

Gerontologia: a boa notícia do aumento da expectativa de vida da população beneficia diretamente profissionais que lidam com a saúde dos idosos. Médicos geriatras, clínicos gerais e fisioterapeutas, por exemplo, devem encontrar oportunidades trabalhando em consultórios, em clínicas e em hospitais.

Estética: Com a popularização de tratamentos e cirurgias estéticas, expandiu-se, ainda mais, o campo para dermatologistas e cirurgiões plásticos. Os dentistas que trabalham com estética também são beneficiados por essa tendência crescente.

Responsabilidade social: preocupadas em contribuir com a sociedade e também – por que não? – em melhorar sua imagem institucional, cada vez mais empresas investem em programas na área de educação, cultura e meio ambiente. Dada a diversidade de projetos, muitas carreiras podem ser beneficiadas com essa tendência, principalmente administradores de empresa, engenheiros de produção, assistentes sociais, educadores e psicólogos.

Turismo: bonito por natureza, o Brasil deve ver circulando mais turistas – estrangeiros e brasileiros – interessados em roteiros ecológicos. O principal beneficiado é o graduado em turismo, mas biólogos e geógrafos também podem trabalhar no setor, devido à sua formação com ênfase no meio ambiente.

Saúde alternativa: A busca do bem-estar e da prevenção de doenças por meio de métodos que fogem à medicina tradicional está cada vez maior. Portanto, o campo para medicina alternativa e para a ortomolecular também deve aumentar nos próximos anos. Práticas como a bioenergética também estarão em alta, beneficiando, principalmente, psicólogos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Dedicação no Trabalho x Qualidade de Vida

O texto abaixo foi retirado do site:
No meio corporativo, existe o consenso de que ter um bom desempenho no trabalho depende muito da qualidade de vida. Além de receber um bom salário ou benefícios vantajosos, atualmente é muito importante se sentir bem no ambiente em que atua. O lado financeiro é importante, mas, há tempos, não é mais o fundamental.
A pessoa organizada, que sabe administrar o próprio tempo e que consegue conciliar as diversas áreas da vida, estará, consequentemente, ganhando qualidade em todas elas. Isso está relacionado à família, trabalho e saúde. Tendo equilíbrio nestas esferas, o profissional irá performar melhor, conquistar melhores resultados e será mais feliz.
Trabalhar diariamente apenas pela questão monetária não é o ideal. O indivíduo deve listar atitudes e atividades para que possa se sentir bem consigo mesmo. “Tenho percebido que a questão do tempo é uma peça-chave. É tentar se desligar de assuntos relacionados à profissão nos períodos de folga e, dentro do dia, fazer coisas que gosta. É importante também ter uma relação boa com a equipe e com os demais colegas de trabalho”, aponta Cecília Shibuya, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).
Não adianta o profissional pensar que não será cobrado por seu desempenho, pois a competitividade do mercado é cada vez maior. Traçar metas é essencial e a pessoa deve fazer um planejamento de seus objetivos para evitar estresse e ansiedade. O mais adequado é alinhar as necessidades do dia a dia para que transcorram da melhor forma a fim de viver com mais satisfação.
Além do estresse decorrente das pressões e responsabilidades, o ambiente de muitas organizações não é saudável. Isto acarreta em diversos impactos negativos como o presenteísmo (estar no trabalho, mas com a mente desconectada das atividades), absenteísmo (faltar no trabalho), afastamentos por doença e, consequentemente, queda no nível de produtividade como um todo.  “O trabalho é uma fonte de realização e as pessoas devem gostar do que fazem. Se aquilo que o profissional tem, considera não ser benéfico, é preciso buscar outra possibilidade. Se sentir mal no trabalho afeta o lado afetivo, intelectual, familiar, e a pessoa acaba adoecendo”, explica.
Autor: Caio Lauer
Fonte: Dedicação no trabalho x qualidade de vida | Portal Carreira & Sucesso 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Algumas dificuldades na hora da escolha profissional


Hoje vou escrever sobre algumas dificuldades do jovem ao fazer sua escolha profissional. São questões que surgem limitando-o ou até mesmo paralisando-o.
Uma, entre tantas outras, é a dificuldade de refletir sobre essa escolha. Com o imediatismo que é peculiar dessa geração e a cultura desse novo tempo em dirimir as dúvidas rapidamente às vezes precipita sua decisão para se livrar do sentimento de angústia que esta gera. Escolhem qualquer profissão para evitar esse momento. Assustam-se quando se deparam com o pensar em si mesmo e quando convocados identificam o que querem TER e não o que querem SER.
Outra questão é o medo de errar. Tem que escolher a profissão certa e a opção que fizerem tem que ser para a vida toda. Acreditam que o caminho que traçarem é irreversível.
Não se pode errar?  O que será “profissão certa”? Esse caminho é uma “linha reta”?
  Preocupam-se em não desapontar ou de não se sentirem amados pela família, principalmente os pais. Sem se dar conta, caem na armadilha de realizar “o sonho profissional” deles. Estes, por sua vez, esperam que seus filhos trilhem o caminho que muitos não conseguiram conquistar. Abaixo cito trecho do texto, “A Família e a estruturação Ocupacional do indivíduo”, de Rosane Levenfus, que ilustra bem o que falo:
“A estrutura familiar cria também impedimentos à livre escolha, quer de forma explícita pelas opiniões expressas sobre os seus membros (definindo-lhes o autoconceito) e sobre as carreiras (definindo suas imagens conceituais), quer de forma sutil e disfarçada. Ao optarem, muitas vezes, os jovens estarão priorizando exageradamente estas opiniões e estes valores, sendo muito comum o jovem sentir que, com sua opção, estará beneficiando ou magoando algum familiar”.
Ao escolher uma profissão, o jovem tem que suportar a perda. Escolher significa perder, abrir mão de opções que muitas vezes despertam seu interesse, como também sair de uma posição de não atender as expectativas de seus pais. Dependendo desse conjunto de variáveis, esse momento não se passa sem angústia, sofrimento e perda.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Para os Pais



Texto traduzido do livro “Conocimiento del hijo” de Arnaldo Rascovsky, Psicanalista, 1986 Buenos Aires, Ediciones Orion.

            “Um dia em nossas vidas ocorre o instante decisivo. Até então havíamos sido somente filhos e, agora, passaremos a serem pais. Passaremos a realizar, ativamente, aquilo que havíamos experimentado passivamente; a fazer ao filho o que nos haviam feito quando crianças, ou a corrigi-lo. E aí reside a suprema oportunidade de reparar a própria tragédia infantil, retificando no filho nossa dor, brindando-lhe com o amor que nos faltou.
            Havíamos olhado para cima durante todos os anos de nossa infância; depois, quando nos fizemos jovens ou adultos, passamos a olhar a nossa própria altura e agora, que passaremos a serem pais, devemos olhar para baixo.
            Aí está, no interior da barriga e logo fora dela, o pequeno ser de quem somos pai ou mãe, a parte que deverá realizar-se totalmente. O que morrerá sem nossa assistência e que gozará ou sofrerá em função nossa presença. Para quem seremos o mais carinhoso amigo e o mais cruel inimigo. Tudo, a princípio, absolutamente tudo. E dia a dia, crescentemente menos, até que possa chegar a prescindir de nós. E será feliz ou infeliz, alegre ou triste, triunfante ou fracassado, amistoso ou isolado, generoso ou egoísta, forte ou frágil, culto ou inculto, bondoso ou malvado, rico ou pobre, ativo ou indolente, são ou doente e, ainda muito mais, na infinita gama de alternativas evolutivas, em função de nós, os pais. Tudo dependerá de nosso amor e de nosso ódio, de nossa grandeza e de nossa miséria, do trato que lhe possamos dar desde o momento da gestação. Por isso se tem dito que o destino ou a sorte são os pais”.  
 (Texto distribuído no curso de Orientação Vocacional com Terezinha Rezende na Arte Ser) 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vocação


Dando continuidade as minhas reflexões sobre Análise Vocacional, venho agora falar um pouco sobre o significante Vocação. Deriva do verbo no latim “vocare” que significa “chamar, chamamento”.
Alguns entendem vocação como uma tendência ou inclinação para um estado. Até pouco tempo, esse termo tinha um sentido de “um chamado espiritual”, como se Deus colocasse na pessoa uma semente de algo que ela saberia o que fazer e seria para a vida toda.
Bohoslavsky cita a teoria de Huarte de San Huan, onde era entendida numa fundamentação biológica, que os vários “engenhos” dos filhos eram herdados e os pais encarregados de detectar a “natureza” deles.
Em seu livro “Orientação Vocacional – Estratégia Clínica” afirma: “O progresso científico introduziu muitas modificações...”; “... ninguém poria agora em dúvida que, se existe algo chamado “vocação”, não seria, em absoluto, alguma coisa inata, mas certamente, adquirida”.
Ele defende a ideia de que quando se deixa de olhar o homem como um objeto de observação e diagnóstico, passando a entendê-lo como sujeitos de comportamentos perceberá a sua “capacidade de decisão”, sua “possibilidade de escolha”.
Essas mudanças ao longo dos tempos estão fazendo com que o significado de vocação se transforme, passando a entendê-la como um processo e que, as decisões não são irreversíveis, não dependendo da decisão de alguém, pertencendo somente a aquele que escolhe.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Poema Sobre Escolhas

Imagem retirada do Google
Gostaria de dividir esse poema que muito me tocou. Os autores são Rio Apa e Thor, pai e filho poetas de Florianópolis.
 "Sermão das Vítimas"
"...Ai dos que não trabalham na sua própria arte
No ofício em que são hábeis 
Na função que lhes dá prazer
E se entregam sem necessidade a outras profissões
Estranhas às suas mãos e à sua mente
Ai dos que são enganados e traídos pelas recompensas fáceis
Ou por medo e segurança tornam-se escravos dos poderosos
Ai dos que trocam a liberdade pela prisão das riquezas e do poder
Ai dos que abandonam sem necessidade a vida simples dos campos
Pela luta das cidades
Ai de todos nós sujeitos a todas essas traições
Ai dos moços que seguem outras carreiras e não aquelas que mais gostaria
Ai dos homens vítimas deste tempo sem humanidade..."

Tenhamos a coragem de parar e olhar para nossas escolhas
E coerência suficiente para refazê-las quantas vezes forem necessárias
Para que, tendo mais prazer no trabalho que realizamos, 
Possamos "SER MAIS FELIZES..." *
*Poema distribuído pelo Instituto do Ser na Terceira Turma do Curso de Orientação Profissional

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quem Eu Sou

Nas minhas pesquisas pela internet encontrei o vídeo realizado por Elisabete Fernandes, Orientadora Vocacional e resolvi compartilhar com vocês. Música da Banda Hori, cantor Fiuk.

Achei interessante, pois aponta para algumas questões a serem refletidas na hora da escolha profissional.

Para quem assistir ao vídeo sugiro que deixem seus comentários sobre que frases te tocaram e te fizeram pensar. 
Te aguardo!

Música Quem eu sou – Fiuk - Letra de Hori 
Não quero mais saber o que eles vão dizer 
Sobre o que eu vou fazer ou sobre o que eu não vou ser 
O caminho é longo eu sei 
E eu vou fazer valer 
Cada segundo que eu faço sentir
Sem dizer porque
Vou mergulhar mais fundo
Sair do quarto escuro 
Vou descobrir o que é melhor pra mim 
Que profissão eu quero? 
Futuro que eu espero? 
Vou encontrar o que me faz feliz
Sem saber o que vai ser (vai ser) 
Sem saber o que vai ser 
Se é pra eu tentar ser alguém bem melhor
Deixa eu tentar ser quem eu sou 
Ganhar ou perder 
Tanto faz não me importa 
Eu quero é mais ser quem eu sou
Agora eu te quero, depois eu ja não sei
Mas quando estamos juntos nada mais importa aqui 
Será que eu tenho sorte? será que é ilusão? 
De ver que a minha história foge dessa confusão
Eu vou pular mais alto aonde eu possa ver
Além do olhar que me impressiona, aqui
São tantos desencontros
São tantas linhas tortas
Formando a identidade que eu sempre sonhei pra mim
Se é pra eu tentar ser alguém bem melhor
Deixa eu tentar ser quem eu sou
Ganhar ou perder
Tanto faz não me importa
Eu quero é mais ser quem eu sou
Se é pra eu tentar ser alguem bem melhor 
Deixa eu tentar ser quem eu sou
Ganhar ou perder
Tanto faz não me importa
Eu quero é mais ser quem ( quem quem)
Sem saber o que vai ser (vai ser)
Sem saber o que vai ser 
Sem saber o que vai ser (vai ser) 
Sem saber o que vai ser
Se é pra eu tentar ser alguém bem melhor
Deixa eu tentar ser quem eu sou
Ganhar ou perder
Tanto faz não me importa
Eu quero é mais ser quem eu sou
Eu soooooooou... 
Eu quero é mais ser quem eu sou

domingo, 10 de junho de 2012

Vestibular, qual é a escolha possível?

 Vestibular, que momento é esse na vida do jovem? E sua família?
Mudanças ocorrem para todos e várias acontecem nessa ocasião. A principal e talvez a mais importante seja a escolha da profissão, pois ela determinará o futuro, a satisfação pessoal e o papel na sociedade e na família.
Escolher uma profissão torna-se, na maioria dos casos, um problema. Na atualidade os jovens apresentam maiores dificuldades no momento dessa escolha em virtude de vários fatores.
A primeira delas aparece em função da diversidade de profissões e a variedade das carreiras ofertadas que abre um leque de opções onde a Análise Vocacional e o Planejamento da Carreira Profissional são fundamentais para relacionar a escolha da profissão. Outro aspecto que também interfere é a divisão, surpreendente, ainda vigente entre as carreiras socialmente aceitas (Direito, Engenharia e Medicina) frente às outras menos reconhecidas.
Isto porque pesa muito no momento da escolha a relação entre opção e o status e estabilidade financeira. E o desejo? E a realização pessoal? Como reunir essas opções?
O imediatismo característico dos jovens da atualidade muitas vezes dificulta a escolha. Jovens que querem resolver com pressa suas opções, sem pensar em si mesmo, fruto da geração “delivery” plugados na tecnologia dos ipods, jogos eletrônicos com seus respectivos controles remotos estão acostumados a obterem informações com rapidez e facilidade. Tanta facilidade que confundem informação com conhecimento e, por vezes, não se aprofunda nas aberturas de tantos “hiperlinks”. Lidam de maneira superficial com questões maduras evitando dificuldades. Há quem “os denomine de geração analgésica”. Esquivar-se de obstáculos é frequente e merece atenção e acompanhamento no momento da escolha profissional.
A falta é necessária e fundamental e pode parecer que fazendo a escolha certa nada se perde. Para a escolha de uma profissão é necessário perder. Quando se escolhe uma abre-se mão de tantas outras opções.
Por fim é importante a atitude da família que também faz parte desse momento de escolha.
Será somente o jovem que faz o vestibular? Parece que não! A família participa, discute, opina, todos sabem, todos criticam, todos decidem por ele. Alguém o escuta?
Nesse momento os pais revivem suas próprias escolhas. Entram em contato com suas realizações ou frustrações profissionais, delegando ao jovem, muitas vezes sem perceberem, a incumbência de realizar seus sonhos perdidos.
Em virtude de atender a uma expectativa social, os pais sentem-se avaliados e com a responsabilidade do sucesso ou fracasso de seu filho. Esquecendo-se de que o sistema de avaliação educacional é deficiente. Não há vagas para todos!
É nesse contexto que se situa o jovem, além de todas essas interferências está definindo-se fisicamente, emocionalmente e ideologicamente. Mas em meio a toda essa turbulência, que ele tenha o direito e a oportunidade de fazer a escolha que lhe é possível no momento.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Por que Análise Vocacional


Caminante son tus huellas
el camino y nada más.
Caminante no hay caminos
se hace camino al andar.
A.Machado

O tema a qual abordo sempre despertou meu interesse, ao mesmo tempo, percebia a importância e o cuidado ao seguir esse caminho. Venho interrogando o meu papel, como conduzir o trabalho e como poderia auxiliar.
Trabalho com Orientação Vocacional desde 2000 e venho refletindo sobre o significante “Orientação”, que me causa incômodo. Faz-me pensar numa diretividade do processo, como se ali, fosse determinar seu futuro, como se eu tivesse um “saber” sobre ele.
Muitos chegavam - e alguns ainda chegam - com essa demanda de que encontrariam “alguém” que pudesse dizer quais são suas características, habilidades e a profissão que lhes caberiam. Pensavam que sairiam com um “resultado” ou um “conselho” sobre seu futuro.
Será isso? Alguém determinando a direção de uma escolha profissional?
Penso que minha formação como psicanalista me faz pensar num lugar de escuta destituída de uma mestria, de um saber, de uma direção. Mas sim, de um lugar de escuta ativa para que o jovem possa pensar em suas questões, suas dúvidas e sua posição frente ao desejo. Que ele possa pensar sobre si mesmo e fazer escolhas com mais autonomia.
Em cima dessas construções que venho fazendo, e que pretendo continuar, resolvo apostar no termo “Análise Vocacional”.

* “Caminhante, tuas pegadas são o caminho, nada mais. Caminhante, não há caminhos; faz-se o caminho ao andar.”.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Por que o Blog?


A idéia de criar um blog surgiu de longas conversas com minha amiga Elisângela Dias, que mesmo morando em Porto, Portugal, não nos impediu de fazer trocas. Viva a modernidade com o skype!
Como também, várias foram as sessões em minha análise para pensar sobre o meu papel e a condução do meu trabalho.
O blog tem como objetivo proporcionar discussões que envolvem a escolha profissional, possibilitando pensar e construir sobre essa prática como também, trazer informações sobre as profissões, mercado de trabalho, entrevistas e muito mais.