segunda-feira, 23 de julho de 2012

Algumas dificuldades na hora da escolha profissional


Hoje vou escrever sobre algumas dificuldades do jovem ao fazer sua escolha profissional. São questões que surgem limitando-o ou até mesmo paralisando-o.
Uma, entre tantas outras, é a dificuldade de refletir sobre essa escolha. Com o imediatismo que é peculiar dessa geração e a cultura desse novo tempo em dirimir as dúvidas rapidamente às vezes precipita sua decisão para se livrar do sentimento de angústia que esta gera. Escolhem qualquer profissão para evitar esse momento. Assustam-se quando se deparam com o pensar em si mesmo e quando convocados identificam o que querem TER e não o que querem SER.
Outra questão é o medo de errar. Tem que escolher a profissão certa e a opção que fizerem tem que ser para a vida toda. Acreditam que o caminho que traçarem é irreversível.
Não se pode errar?  O que será “profissão certa”? Esse caminho é uma “linha reta”?
  Preocupam-se em não desapontar ou de não se sentirem amados pela família, principalmente os pais. Sem se dar conta, caem na armadilha de realizar “o sonho profissional” deles. Estes, por sua vez, esperam que seus filhos trilhem o caminho que muitos não conseguiram conquistar. Abaixo cito trecho do texto, “A Família e a estruturação Ocupacional do indivíduo”, de Rosane Levenfus, que ilustra bem o que falo:
“A estrutura familiar cria também impedimentos à livre escolha, quer de forma explícita pelas opiniões expressas sobre os seus membros (definindo-lhes o autoconceito) e sobre as carreiras (definindo suas imagens conceituais), quer de forma sutil e disfarçada. Ao optarem, muitas vezes, os jovens estarão priorizando exageradamente estas opiniões e estes valores, sendo muito comum o jovem sentir que, com sua opção, estará beneficiando ou magoando algum familiar”.
Ao escolher uma profissão, o jovem tem que suportar a perda. Escolher significa perder, abrir mão de opções que muitas vezes despertam seu interesse, como também sair de uma posição de não atender as expectativas de seus pais. Dependendo desse conjunto de variáveis, esse momento não se passa sem angústia, sofrimento e perda.

2 comentários:

  1. Adorei o texto pois escolher uma profissão é muito complexo, sabemos que não é uma escolha de um doce numa vitrine, é algo que nos marcará, mas que como você abordou magistralmente não necessariamente terá que ser para "todo o sempre" podemos fazer mudanças em nossas vidas, podem surgir novas opções, novos caminhos. Parabéns por nos lembrar disso!

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  2. Obrigada pelo seu comentário! Isso não quer dizer que vamos sair por aí trocando de profissão por qualquer motivo. Caso a pessoa perceba algo, se necessário procure ajuda.

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